segunda-feira , 30 junho 2025
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Conflitos pressionam economia, mas inflação global deve ser limitada

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O confronto entre Irã e Israel, iniciado em 13 de junho e que foi finalizado esta semana com um acordo de cessar-fogo, trouxe reflexos imediatos para o mercado internacional de petróleo. A tensão geopolítica também trouxe a preocupação para um novo ciclo de inflação mundial.

Para o economista Caio Augusto Rodrigues, do Terraço Econômico, a chance desse conflito provocar um novo ciclo inflacionário no mundo é considerada baixa.

“Ainda vivemos em um mundo movido a petróleo, e 40% da produção global passa ou é originada no Oriente Médio. Por isso, qualquer tensão na região afeta o mercado de forma global”, afirma.

Óleo não centroso

O conflito durou 12 dias e envolveu ataques aéreos de Israel a instalações nucleares e militares iranianas, além de retaliações com mísseis disparados pelo Irã contra cidades israelenses e bases americanas, com centenas de mortes. Os Estados Unidos chegaram a bombardear alvos estratégicos iranianos antes de um cessar-fogo mediado por Washington encerrar temporariamente o conflito.

Durante o confronto, o preço do barril de petróleo Brent, referência global, subiu cerca de 19% e chegou a ser negociado a US$ 77. O temor era de um bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial. Após o cessar-fogo, os preços recuaram rapidamente, com o Brent cotado em torno de US$ 68.

Efeitos na economia mundial

Na avaliação do economista, o risco de inflação global só aumenta se o conflito ganhar proporções maiores — o que, pelo menos por enquanto, não é o cenário mais provável. “Israel dificilmente manteria uma ofensiva sem apoio militar dos Estados Unidos. E não há interesse de grandes players, como China, Arábia Saudita e Emirados Árabes, em escalar as tensões neste momento”, diz.

Para o Brasil, os efeitos econômicos diretos são mais limitados, já que o país é menos integrado às grandes cadeias produtivas internacionais. Ainda assim, o especialista afirma que pode haver impactos indiretos.

“Somos uma economia periférica e, em cenários como esse, surgem pressões sobre nossa política externa e relações comerciais. O Irã, por exemplo, integra os Brics. Como o Brasil deve se posicionar em um conflito como esse?”, questiona Rodrigues.

Ainda que os preços tenham reagido com força ao conflito, o economista acredita que o episódio teve um efeito mais pontual do que prolongado. “A inflação global permanece resiliente por outros motivos, como o excesso de liquidez pós-pandemia e disputas comerciais em andamento. Este choque foi forte, mas passageiro.”

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