O presidente Lula afirmou que a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre no Brasil e no mundo.
A declaração foi feita na abertura da última plenária da cúpula de líderes do Brics no Brasil, que tratou do tema “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global”.
Lula destacou que muitas das doenças que matam milhares de pessoas nos países em desenvolvimento, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem os países do Norte Global. Ele também falou da necessidade de orçamento para a saúde.
“Implementar o ODS 3 — saúde e bem-estar — requer espaço fiscal. Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda. A Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que lançaremos hoje, propõe superar essas desigualdades sistêmicas com ações voltadas para infraestrutura física e digital e para o fortalecimento de capacidades.”
Lula lembrou os avanços do grupo do Brics em relação à saúde, com a consolidação da Rede de Pesquisa de Tuberculose — que tem apoio do Novo Banco de Desenvolvimento e da Organização Mundial da Saúde — e da cooperação regulatória em produtos.
Com relação ao meio ambiente, o presidente destacou que os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos da crise climática. Ele falou da necessidade de uma transição justa e planejada para zerar o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis.
“Nosso desafio é alinhar ações para evitar ultrapassar 1,5 grau de aumento da temperatura do planeta. Será preciso triplicar as energias renováveis e duplicar a eficiência energética. O Sul Global tem condições de liderar um novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado. Não seremos simples fornecedores de matérias-primas. Precisamos acessar e desenvolver tecnologias que permitam participar de todas as etapas das cadeias de valor.”
Como opção ao novo paradigma de desenvolvimento, Lula destacou a Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do Brics, adotada nesta segunda-feira, que apresenta as fontes necessárias e modelos alternativos para o financiamento climático. Também falou do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado na COP30 e que vai remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta.
Lembrando que a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, vai ser realizada em novembro, em Belém, no Pará.
*Com produção de Solimar Luz.
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