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Presidente da Câmara Brasil-China diz que país precisa se vender melhor para ampliar negócios

Brasil - China - bandeiras

Diante das dificuldades impostas pelo aumento de tarifas em diversos mercados, a ampliação das relações com grandes parceiros comerciais, como a China, torna-se cada vez mais estratégica para o escoamento da produção do agronegócio brasileiro. Em entrevista para Pryscilla Paiva, no Mercado e CIACharles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, disse que a aproximação tem trazido resultados positivos para o Brasil.

“Essa aproximação tem rendido muitos frutos ao longo dos anos. Só no ano passado, o superávit comercial do Brasil com a China foi de cerca de US$ 51 bilhões, dentro de um comércio bilateral que superou US$ 150 bilhões em 2023. Desde que cheguei ao Brasil, ainda jovem, transferido por um banco de investimentos de Wall Street, vi o país enfrentar períodos difíceis, como a moratória da dívida externa. Hoje, com superávits expressivos nas trocas com a China, somados a investimentos chineses que já ultrapassam US$ 100 bilhões e empréstimos significativos, o Brasil acumula reservas internacionais robustas e está longe de enfrentar uma crise cambial como já vimos acontecer em países vizinhos”, destaca Tang.

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Ele acredita que o Brasil tem potencial para expandir ainda mais sua presença no mercado chinês, mas faz uma ressalva: é preciso trabalhar melhor a imagem dos produtos brasileiros.

“Sem dúvida, o Brasil pode ampliar sua participação no mercado chinês. Um exemplo: nós exportávamos açaí para a China já embalado em copinhos, como sorvete. Agora, decidimos montar uma processadora local para embalar lá mesmo. A expectativa é de grande sucesso. A verdade é que muitos produtos brasileiros já estão nas prateleiras chinesas, mas o consumidor não sabe que são do Brasil. Como dizia o ex-ministro da Agricultura, Pratini de Moraes: o Brasil não se vende, ele é comprado”, observa.

Tang aponta que produtos como café, suco de laranja e móveis de alta qualidade são consumidos amplamente na China, mas com rótulos estrangeiros.

“Por que, para o consumidor chinês, o café é americano ou suíço ? Por que o suco de laranja é europeu, mesmo sendo feito com laranja brasileira? O europeu compra o suco congelado, embala com sua marca e vende com alto valor agregado. E por que os chineses compram móveis de couro e madeira da Itália, que não tem nem couro nem madeira como o Brasil? É um problema de posicionamento. O café colombiano, o vinho argentino ou chileno são conhecidos na China. Mas o Brasil, que tem vinhos excelentes, como os de Bento Gonçalves, ainda é pouco reconhecido.”, diz.

O executivo acredita que o Brasil pode usar o café como ponte para recuperar parte do espaço perdido no mercado norte-americano e ampliar sua influência no mercado asiático.

“Por que ainda não temos uma rede de cafeterias brasileiros na China? O consumo de café começou a crescer por lá após a chegada da Starbucks, que transformou o café em símbolo de status. Mesmo que o consumo per capita ainda seja baixo, estamos falando de mais de 1,4 bilhão de consumidores. Isso representa um mercado gigantesco. Podemos sim estabelecer uma rede de ‘Cafeterias brasileiras ‘ na China e transformar o café brasileiro em marca conhecida por lá.”, afirma.

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