terça-feira , 28 outubro 2025
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Pedidos de recuperação judicial no agro disparam 32% no segundo trimestre

Pedidos de recuperação judicial no agro disparam 32% no segundo trimestre

Os pedidos de recuperação judicial (RJ) no agronegócio tiveram um salto de 31,7% no segundo trimestre deste ano em comparação a igual período do ano passado, somando 565 solicitações, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (29) pela Serasa Experian.

De acordo com o levantamento, a taxa de aumento é recorde e foi impulsionada por pleitos de produtores rurais que atuam como PJ (pessoa jurídica), com 243 pedidos, o dobro do requisitado entre abril, maio e junho do ano passado.

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Também foi observado aumento dos pedidos entre as empresas da cadeia de fornecimento, como revendedores de insumos. Neste rol, foram 102 solicitações, 8,5% mais do que em igual período de 2024.

No relatório, a Serasa não especifica os motivos do aumento dos pedidos de recuperação judicial. Contudo, para o advogado especializado no tema, Euclides Ribeiro Silva, a alta se deve à atual taxa Selic em 15% ao ano.

“O que nós temos hoje é uma inviabilidade da produção no campo, pagando juros de 15% ao ano, não há agronegócio que funcione no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos ou na China”, considera.

De acordo com ele, em sua experiência, existem no mercado atualmente RJs que variam entre R$ 5 bilhões e R$ 2 milhões, ou seja, englobam do grande ao pequeno produtor.

Em entrevista no último sábado (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddaddisse que a pasta acredita que pode estar havendo “abuso” do mecanismo de proteção contra credores por parte de alguns setores, como o agro.

“O abuso é encarar uma taxa de juros alta dessas de juros (da taxa Selic) quando não temos uma produção que gere esse tipo de riqueza. Então, não há, na minha visão, um dado que seja confiável (a respeito) do que essas pessoas estão dizendo que as empresas que entram em recuperação judicial vão quebrar porque elas (as pessoas) estão envieszados para dizer que não se faça recuperação judicial porque, para eles, talvez não seja interessante ter que encarar a realidade de que o problema não é o produtor rural ou o advogado ou a recuperação, mas sim os juros que essas pessoas estão praticando”, diz Silva.

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