O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martinsafirmou que o ingresso da entidade na Organização Mundial dos Agricultores (OMA) representa um “passo estratégico para os produtores rurais brasileiros”. A declaração foi feita na abertura da Cimeira de Agricultores COP30realizada nesta quinta-feira (6), na sede da CNA, em Brasília.
O evento, promovido pela OMA — que reúne mais de 80 entidades em 55 países —, debateu o papel da agropecuária nas soluções climáticasrespeitando as diferentes realidades regionais.
“É hora de escutar quem produz”
Para João Martins, o encontro ocorre em um momento decisivo para o futuro do planeta. Enquanto líderes mundiais se reúnem em Belém para a COP30o Farmers Summit reuniu produtores de diversas nações na capital federal.
“É hora de escutar quem está na linha de frente, quem produz, preserva e alimenta o planeta. A agropecuária brasileira é parte essencial da solução. Produzimos com responsabilidade, ciência e inovação”, afirmou.
O dirigente destacou que o Brasil é referência em tecnologias de baixo carbonocomo integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)recuperação de pastagens e manejo eficiente dos recursos naturais. Segundo ele, é essencial que o mundo reconheça a singularidade da agricultura tropical e promova políticas e financiamentos adequadosrespeitando as condições locais.
“Defendemos o fortalecimento do multilateralismo e um comércio internacional que valorize quem produz com responsabilidade. Será por meio do diálogo entre as nações que construiremos soluções equilibradas”, completou.
Chamado à ação
João Martins encerrou o discurso com um apelo à união global dos produtores. “Este encontro é um chamado à ação. É um convite para que agricultores e pecuaristas de diferentes países unam-se para que suas vozes sejam ouvidas na busca por segurança alimentar e enfrentamento das mudanças climáticas”, disse.
Compromisso global com o agro
Ó presidente da OMA, Arnaldo Puech de Alissacreforçou os esforços da entidade e dos agricultores do mundo todo em mitigar as mudanças climáticas. Ele citou práticas regenerativas, agroflorestais e o plantio direto como exemplos de ações que transformam o campo em sumidouro de carbono.
“Se queremos atingir nossos objetivos climáticos, o mundo precisa dos agricultores”, afirmou.
Brasil como referência em energia limpa
O diretor-geral adjunto do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Dia Lloydressaltou o papel do Brasil como fornecedor global de alimentos e biocombustíveis.
“A agricultura não é o vilão, mas a solução dos problemas climáticos, porque auxilia na redução das emissões de carbono”, afirmou.
Ciência e inovação no centro da transformação
Representando a presidente da Embrapa, Daniel Trento destacou o impacto da ciência e da inovação na agricultura tropical. Segundo ele, o avanço brasileiro foi possível graças ao investimento em pesquisa, crédito e à coragem dos produtores que desbravaram o Cerrado.
“Sem o produtor rural, que aceitou o desafio de produzir em novas fronteiras agrícolas, esse milagre não aconteceria”, observou.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Ruacompletou que a sustentabilidade é também uma questão de mercado. “Com tecnologias sustentáveis, o Brasil aumentou sua produtividade e precisa ampliar o acesso a mercados para essa produção crescente”, disse.
Com discursos alinhados, o Farmers Summit reforçou o compromisso do agro mundial com a sustentabilidadedestacando o Brasil como exemplo de produção responsável e inovadora que aliado ciência, eficiência e preservação ambiental.












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