Estudo do MapBiomas aponta que o fogo está mais intenso e difícil de controlar nos biomas de Mato Grosso (Cerrado, Pantanal e Amazônico) e alerta para os impactos das mudanças climáticas.
Cada bioma do Brasil tem a sua relação com o fogo. No Cerrado, ele faz parte do ciclo natural, renovando a vegetação e ajudando a manter o equilíbrio ecológico. No Pantanal, sempre seguiu o ritmo das águas: surgia na seca e perdia força com a cheia. Já no Amazônico, quase não existia fogo nas florestas, mas esse cenário vem se transformando.
Segundo a professora da Unesp, Alessandra Fidelis, uma grande parte dos incêndios está relacionada às mudanças climáticas. Quando ocorrem períodos de seca prolongados ou anos de seca extrema, aumenta o risco de incêndios, mesmo em ecossistemas considerados dependentes do fogo, como o Cerrado.
De acordo com Alessandra Fidelis, mesmo essa vegetação, que evoluiu na presença do fogo e consegue se regenerar após queimar, sofre impactos devido ao aumento da janela do fogo e às mudanças na frequência e intensidade das queimadas.
Para a professora, no Pantanal, há um problema particular: os incêndios subterrâneos, que avançam por baixo da terra e são extremamente danosos para a fauna e a flora, têm se tornado mais frequentes nos grandes incêndios dos últimos anos.
O fogo, que um dia foi parte natural em alguns ambientes, vem se transformando em um desafio ambiental cada vez mais complexo. Além de ameaçar a biodiversidade e colocar em risco o equilíbrio dos ecossistemas, ele também pode prejudicar a produção de alimentos.
“Não é comum ver um pecuarista que usa fogo, manejo de uma pastagem plantada com fogo. Quem faz agricultura, muito menos”, explica o coordenador de monitoramento da TNC Brasil.
Manejo integrado do fogo
Mas o fogo também pode ser uma ferramenta importante se usado de maneira controlada e planejada. Ele pode reduzir riscos e contribuir para a conservação, essa é a base do manejo integrado do fogo (MIF).
Apesar da importância, o MIF enfrenta problemas para ser incorporado no Brasil. A ideia agora é transformar este conhecimento em ação, que traz três componentes importantes: biodiversidade, social e técnico.”O MIF, na verdade, é um guarda-chuva que nos ajuda a aplicar essas técnicas de forma mais correta” afirma o coordenador de monitoramento TNC Brasil, Marcos Barroso.













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