terça-feira , 28 outubro 2025
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‘Criou-se uma indústria de RJ no agro que só enriquece advogados’, diz Santander

'Criou-se uma indústria de RJ no agro que só enriquece advogados', diz Santander

O ano passado registrou crescimento de 138% nos pedidos de recuperação judicial (RJ) no agronegócio brasileiro ante 2023, conforme dados da Serasa Experian. Ao que tudo indica, 2025 seguirá o mesmo caminho.

Em conversa com jornalistas na 30ª Agrishow, o diretor de Agronegócio do Santander, Carlos Aguiar, lamentou a alta e ressaltou que as instituições financeiras estão perdendo a “guerra” contra pessoas que, em sua concepção, enganam produtores com “soluções mágicas”.

Carlos Aguiar, diretor de Agronegócio do Santander. Foto: Victor Faverin/ Canal Rural

“Criou-se uma indústria de recuperação judicial no agro que só enriquece advogados. Temos mais gente oferecendo essa ‘saída’ do que pessoas em banco ofertando empréstimos para tirar empresas e produtores do sufoco”, disse.

Segundo ele, diante desta realidade, cabe aos bancos e cooperativas de crédito o entendimento sobre o perfil de seus clientes. “Para produtores menores, mais simples, não vejo sentido oferecer operações em dólar ou baseadas na Selic, mas sim as pré-fixadas, por exemplo.”

Aguiar se apoia no alto custo para se concretizar uma recuperação judicial, atualmente entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. “Como uma empresa do agro em apuros vai conseguir bancar esse custo e depois se reerguer?.”

A carteira de agro do Santander é de R$ 100 bilhões e o banco espera estabilizar este número ou crescer, no máximo, 5% neste ano. Do montante, metade é destinado aos 25 mil clientes do segmento e a outra parte dividida entre crédito rural subsidiado e recursos intermediados pelo BNDES.

Por fim, o diretor destaca que o banco vê com bons olhos o ano de 2025 graças à safra recorde e os preços das commodities em níveis remuneradores. Porém, o executivo traz o alerta sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, o que pode trazer benefícios apenas momentâneos ao agro brasileiro.

“O agro não pode trabalhar pautado em curto prazo. Essa situação entre as duas potências tende a enfraquecer a economia mundial e isso não é bom para ninguém, muito menos para o produtor”, reforça.

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