
O Comitê de Política Monetária (Copom) realizou nesta quarta-feira (10) a última reunião do ano e optou por manter a taxa Selic em 15% ao ano.
O órgão destacou que o conjunto dos indicadores domésticos segue apresentando, conforme o esperado, trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, enquanto o mercado de trabalho mostra resiliência.
“Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes seguiram apresentando algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação”, destaca.
As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,4% e 4,2%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,2%, conforme ilustrado na tabela abaixo.

O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta.
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O Copom destaca, ainda, que os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual. Assim, o órgão enxerga que entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se:
- Uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
- Maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e
- Uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
Já entre os riscos de baixa, ressaltam-se:
- Uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação;
- Uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e
- Redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários.
O Comitê reforça que segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.
De acordo com o órgão, para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.
O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
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