segunda-feira , 27 outubro 2025
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Embrapa lança tecnologia para pimenta-do-reino no Pará

pimenta-do-reino

A produção sustentável de pimenta-do-reino no Pará ganha um novo aliado com o lançamento do jardim clonal de gliricidauma tecnologia divulgada pela Embrapa. O Comunicado Técnico sobre essa inovação estará em destaque na AgriZone, durante a COP30, que ocorre de 10 a 21 de novembro em Belém (PA).

João Paulo Both, analista da Embrapa Amazônia Oriental, informa que o jardim clonal para a propagação de estacas de gliricídia atende a uma demanda crescente dos pipericultores no Pará. “Essa tecnologia responde à crescente demanda por estacas de gliricídia, impulsionada pela boa valorização da pimenta e a consequente expansão das lavouras”, diz.

Benefícios do tutor vivo

A gliricídia (Gliricidia sepium L.) é uma árvore leguminosa utilizada como suporte (tutor vivo) para a pimenteira-do-reino, substituindo os tradicionais estacões de madeira (tutor morto). O uso dessa planta traz diversos benefícios, como a redução dos custos de implantação, aumento da longevidade dos pimentais, promoção de conforto térmico para o agricultor, melhoria da qualidade do solo e da pimenta produzida, além de diminuir o impacto ambiental.

O sistema de produção de pimenta-do-reino cultivada em gliricídia contribui para o sequestro de CO², auxiliando na redução da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Produção no Pará

O Pará é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino no país, com uma produção de 38.102 toneladas em 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em uma área de cerca de 18 mil hectares.

Com as recomendações da nova tecnologia, estima-se que em um hectare, com espaçamento de 2 x 1,5 metros (3.333 plantas), é possível obter no mínimo 13.332 estacas de tutor vivo após 24 meses. “Cada planta no jardim clonal produz no mínimo quatro estacas”, afirma Both.

O crescente uso desse tutor vivo por agricultores, especialmente na região Bragantina do Pará, tem impulsionado a demanda por essa tecnologia. Segundo Both, isso motivou a pesquisa para a rápida multiplicação das estacas vivas, que além de atender à demanda, evita a prática ilegal de corte de árvores nativas.

Impacto ambiental e econômico

A tecnologia promove benefícios ambientais significativos, permitindo que os produtores obtenham estacas cultivando árvores em vez de cortar árvores nativas. “Isso alinha-se com os princípios de conservação e preservação ambiental, ajudando a mitigar as mudanças climáticas ao reduzir o desmatamento”, informa Both. O Comunicado Técnico estabelece as práticas agrícolas ideais para a produção otimizada das estacas, detalhando todas as etapas de implantação e manejo do jardim clonal.

Both também destaca que a tecnologia proporciona autossuficiência ao produtor, que se liberta da dependência de estacas retiradas ilegalmente da mata nativa. Adicionalmente, o jardim clonal pode se tornar uma fonte de renda extra, permitindo a comercialização de estacas para outros produtores.

Para Walkymário Lemos, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, essa tecnologia reflete a transformação da agricultura brasileira frente à emergência climática. “A ciência gerada pelas nossas equipes busca assegurar que a produção agrícola brasileira reduza as vulnerabilidades e o impacto climático, e assegure segurança alimentar e estabilidade econômica. O tutor vivo de gliricídia prova que é possível aliar inovação tecnológica, geração de renda e conservação dos recursos naturais”, finaliza.

Com informações de: embrapa.br.

Publicado com auxílio de inteligência artificial e revisão da Redação Canal Rural.

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