
As exportações brasileiras para os Estados Unidos voltaram a cair em novembro e completaram o quarto mês seguido de retração. O movimento, combinado ao avanço das importações, ampliou o desequilíbrio comercial entre os dois países em 2025.
Dados do Monitor do Comércio Brasil–EUA, da Amcham Brasil, mostram que as vendas brasileiras ao mercado norte-americano somaram US$ 2,7 bilhões no mês. O valor representa recuo de 28,1% na comparação anual. Apesar da queda expressiva, o resultado foi melhor do que o registrado em outubro.
A retração perdeu força após a retirada, em meados de novembro, das tarifas adicionais de 40% e 50% sobre parte dos produtos brasileiros. A mudança atingiu, sobretudo, itens do setor agropecuário e ajudou a reduzir o impacto negativo observado meses antes. No acumulado do ano até novembro, as exportações para os Estados Unidos recuaram 6,7%. Esse foi o pior desempenho anual registrado em 2025, segundo a entidade.
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Importações em alta ampliam o déficit
Enquanto as exportações perdem ritmo, as importações brasileiras de produtos norte-americanos seguem em trajetória oposta. Em novembro, as compras somaram US$ 3,8 bilhões, alta de 24,5% na comparação anual. O resultado marcou o maior valor mensal do ano.
Esse comportamento em sentidos opostos aprofundou o déficit comercial brasileiro com os Estados Unidos. Entre janeiro e novembro, o saldo negativo se aproximou de US$ 8 bilhões. O valor é o segundo maior da última década para o período analisado.
De acordo com a Amcham, o aumento do déficit reflete distorções provocadas pelas tarifas aplicadas nos últimos meses. As medidas afetaram a competitividade dos produtos brasileiros e alteraram o equilíbrio da corrente de comércio bilateral.
Para o presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, o recente contato entre os governos dos dois países indica espaço para diálogo. Ele avalia que há condições políticas para discutir um acordo e reduzir distorções geradas pelas sobretaxas.
Petróleo lidera a retração das vendas
O principal impacto negativo sobre as exportações veio do petróleo bruto. Em novembro, as vendas do produto caíram 65,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A redução está ligada à menor demanda das refinarias dos Estados Unidos.
Esse desempenho explica a forte queda nas exportações de bens isentos de taxação, que recuaram 53,2% no mês.
Já os produtos sujeitos a tarifas adicionais registraram retração de 18,3% na comparação anual. Apesar de ainda negativa, foi a menor queda desde o início da aplicação das sobretaxas. Mesmo assim, itens que continuaram com tarifas de 40% e 50%, em sua maioria industriais, tiveram recuo mais intenso tanto no mês quanto no acumulado do ano.
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