A economia brasileira perdeu fôlego em outubro, pressionada pelo patamar elevado da taxa básica de juros. O Produto Interno Bruto registrou retração de 0,3% na comparação com setembro, marcando o segundo mês consecutivo de queda. Os dados constam no Monitor do PIB, levantamento mensal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, divulgado nesta terça-feira (16).
Apesar do resultado negativo no curto prazo, o desempenho segue positivo quando observados períodos mais longos. Na comparação com outubro do ano passado, houve crescimento de 1%. No acumulado de 12 meses, o avanço é de 2,3%.
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Impacto dos juros sobre a atividade
Segundo a economista Juliana Trece, responsável pelo Monitor do PIB, o atual nível de juros tem peso relevante sobre o desempenho da economia. A Selic está em 15% ao ano, o maior patamar desde meados de 2006.
De acordo com a FGV, juros elevados encarecem o crédito em toda a economia. Esse movimento reduz investimentos e desestimula o consumo, o que contribui para desacelerar a demanda por bens e serviços.
Embora o objetivo seja conter a inflação, o efeito colateral aparece na atividade econômica. Com menos investimentos e consumo, a geração de emprego e renda tende a perder ritmo.
Produção, demanda e papel do agro
Pela ótica da produção, a FGV aponta que o desempenho da agropecuária e da indústria influenciou o recuo da atividade em outubro. Esses setores tiveram contribuição negativa no mês.
Já pela ótica da demanda, os investimentos e o consumo do governo também pesaram contra o resultado. Ainda assim, o consumo das famílias apresentou crescimento de 0,5% no trimestre móvel encerrado em outubro, na comparação anual.
No mesmo período, as exportações avançaram 8,9%. O crescimento foi impulsionado principalmente por produtos agropecuários e da indústria extrativa mineral, reforçando a importância do setor externo para sustentar a economia.
Outros indicadores e próximos dados
A FGV estima que o PIB brasileiro, em valores correntes, somou R$ 10,53 trilhões no acumulado até outubro. Outro indicador acompanhado pelo mercado é o IBC-Br, do Banco Central, que também mostrou recuo mensal em outubro e crescimento em 12 meses.
O resultado oficial do PIB é divulgado trimestralmente pelo IBGE. Os dados do quarto trimestre de 2025 serão apresentados em março de 2026.
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