Com a chegada do frio, é comum um aumento nas síndromes respiratórias. Conhecê-las é importante para saber como lidar com a situação, em caso de ocorrência
O frio já bate na porta, e nesse momento é comum o aumento dos casos de doenças respiratórias. E, com as temperaturas mais baixas, surge a dúvida recorrente sobre como distinguir a gripe do resfriado. Apesar de ambos serem causados por vírus, eles apresentam diferenças importantes em relação a sintomas, causas e abordagens terapêuticas. O médico Fábio Hilsdorf, coordenador da UTI Domed, em Ceilândia-DF, esclarece como reconhecer cada uma dessas infecções.
“A gripe é causada especificamente pelo vírus Influenza. E, logo de início, uma diferença é que ela costuma surgir de forma repentina, com sintomas mais intensos”, explica o médico. Os sinais mais comuns incluem febre alta, dores musculares, dor de cabeça e cansaço acentuado. “Já o resfriado, provocado por vírus como rinovírus ou coronavírus sazonais, tende a apresentar manifestações mais leves, como nariz entupido, coriza, espirros e dor na garganta”, diferencia.
A febre e sensação de falta de ar são sinais de alerta. “Tais sintomas relacionam-se mais com casos típicos da gripe. E por outro lado, sintomas mais leves, sem febre ou febre baixa com sintomas nasais são mais indicativos de resfriados”, compara Hilsdorf.
Essa diferenciação, normalmente, pode ser feita por meio da avaliação clínica, ou seja, com base no relato dos sintomas e exame físico no consultório. Ressalta-se que pacientes com maior vulnerabilidade, como idosos, gestantes ou portadores de doenças crônicas, exames laboratoriais adicionais podem ser solicitados para confirmar o tipo de vírus, monitorizar evolução com complicações e direcionar melhor o tratamento.
“Esses grupos possuem um sistema imunológico mais vulnerável ou já estão sobrecarregados por outras condições. Assim, mesmo uma infecção leve pode evoluir para quadros mais graves, como pneumonia viral ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Identificar o vírus responsável é fundamental para uma abordagem adequada”, reforça Hilsdorf.
Prevenção e cuidados
Para evitar a transmissão, especialmente entre os mais vulneráveis, o médico destaca medidas preventivas simples, mas eficazes, como lavar as mãos regularmente, evitar locais fechados e aglomerados, manter a casa arejada e vacinar-se contra a gripe anualmente. “Crianças e idosos merecem atenção redobrada nesses períodos”, salienta o médico.
Para cada caso, uma abordagem
O Dr. Hilsdorf também aponta que a conduta terapêutica muda conforme a infecção. “Na gripe, especialmente quando diagnosticada logo nos primeiros dias e em pacientes com fatores de risco, pode-se lançar mão de antivirais. Já no resfriado, o foco é aliviar os sintomas com repouso, boa hidratação e alimentação equilibrada”, orienta.
A evolução natural dessas doenças é, em geral, benigna e autolimitada, com duração entre 7 e 10 dias. No entanto, complicações como sinusite, otite ou até pneumonia não estão descartadas, especialmente se os sintomas persistirem ou se agravarem. “Em caso de piora ou prolongamento do quadro, é essencial procurar um médico”, alerta o coordenador da Domed.
Atenção à automedicação
O uso de medicamentos por conta própria também é um ponto de atenção importante. “Sintomáticos ajudam, mas nada substitui a avaliação médica pormenorizada e exames complementares se necessário, especialmente, em populações vulneráveis e em com sintomas de alerta”, finaliza o Dr. Hilsdorf.
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