Os ativistas do navio apreendido por Israel vão ser deportados, confirmou o Ministério de Relações israelense nas redes sociais, nesta segunda-feira (9).
As doze pessoas, incluindo o brasiliense Thiago Ávila e a ativista Greta Thunberg, estavam no navio Madleen, que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. O grupo levava itens básicos como comida, remédios, fórmulas para bebês e próteses para crianças palestinas. De acordo com a ONU, os palestinos sofrem com subnutrição e a falta de atendimento médico.
Mais cedo, o Brasil afirmou que acompanha o caso e que as Embaixadas na região estão sob alerta para prestar a assistência consular.
Em nota, o Itamaraty apontou que, pelo princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, os tripulantes devem ser soltos. O país também pediu que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com obrigações como potência ocupante.
A Coalizão da Flotilha da Liberdade, que cedeu o barco para a missão, afirmou que eles estavam em águas internacionais, por isso a apreensão seria ilegal.
O perfil de Thiago Ávila fez uma publicação dizendo que eles haviam sido sequestrados pelas forças de Israel. A esposa dele, Lara Souza, pediu para pressionar os governos para ajudar os ativistas.
“Nós precisamos da ajuda de vocês, que vocês cobrem todos os parlamentares que vocês conhecem, cobrem o Itamaraty, o governo brasileiro, todas as figuras públicas, todo mundo, pra trazer o Thiago de volta, pra trazer todos os participantes de volta para suas casas, pra suas famílias”.
Israel diz que a medida é para garantir a segurança e barrar apoio ao Hamas.
Mas o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ricardo Leães, afirma que o sequestro do navio desrespeita a lei internacional.
“Não apensas Israel não tem direito de ocupar Gaza, como tampouco tem direito de bloquear o trânsito nas águas internacionais na costa de Gaza. O que a gente vê também é um desrespeito de Israel em relação à ajuda humanitária, na medida em que o país faz de tudo pra impedir a chegada de comboios humanitários à Gaza”.
O navio foi direcionado para o porto de Ashdod no sul de Israel, segundo o governo do país. De lá, os tripulantes devem enviados de volta aos países de origem.
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