A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, voltou a defender nesta quinta-feira (18) a conclusão do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, destacando o tratado como estratégico para a independência econômica do bloco europeu. A declaração foi feita na chegada à cúpula do Conselho da União Europeia, em Bruxelas.
Segundo Von der Leyen, reduzir dependências externas é um dos principais desafios da UE no atual cenário global, e isso passa pela ampliação de parcerias comerciais. “Precisamos nos livrar de dependências excessivas. Isso só é possível por meio de uma rede de acordos de livre comércio. Nesse contexto, o Mercosul desempenha um papel central”, afirmou.
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A presidente da Comissão Europeia ressaltou ainda que o Mercosul é formado por países considerados “com ideias afins”, que compartilham o objetivo de avançar no comércio internacional dentro de regras comuns. Para ela, a aproximação entre os blocos fortalece não apenas a economia europeia, mas também o multilateralismo e a cooperação entre regiões.
“É de enorme importância que obtenhamos luz verde para o Mercosul e que possamos concluir as assinaturas do acordo”, reforçou Von der Leyen, ao comentar o andamento das negociações.
As votações sobre o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul estão previstas para ocorrer durante a cúpula do Conselho da UE, nos dias 18 e 19 de dezembro. De acordo com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a expectativa é de que a assinatura do tratado aconteça no dia 20 de dezembro.
Para que o acordo seja aprovado de forma definitiva, é necessário o aval de pelo menos 15 dos 27 países-membros da União Europeia, desde que representem cerca de 65% da população do bloco. O processo, no entanto, enfrenta resistência de alguns governos e setores econômicos europeus.
Na última segunda-feira (15), o canal francês BFMTV informou que França e Itália avaliam a possibilidade de adiar a votação. Na França, produtores rurais têm intensificado protestos contra o acordo, com bloqueios de estradas e mobilizações em diferentes regiões do país.
A insatisfação do setor agrícola europeu também se reflete em Bruxelas. Nesta quinta-feira, milhares de agricultores se reúnem na capital belga para protestar contra o tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, temendo impactos negativos sobre a produção local.
A principal preocupação dos agricultores europeus é que o acordo facilite a entrada de produtos agropecuários sul-americanos a preços mais baixos, o que, segundo eles, poderia aprofundar a crise no campo europeu. O setor argumenta ainda que haveria uma concorrência considerada desleal, em razão de diferenças nos padrões ambientais e sanitários.
Apesar da oposição, a Comissão Europeia mantém a defesa do acordo. Em setembro, o órgão propôs que o Conselho da UE e o Parlamento Europeu aprovassem os tratados comerciais com o Mercosul e o México, mesmo diante da resistência de países e de organizações europeias influentes.
Os protestos não são novidade. Em 2024, uma onda de manifestações de agricultores contra o acordo com o Mercosul se espalhou por diversos países da União Europeia, evidenciando a sensibilidade política do tema.
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