A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta quarta-feira (17) que o país não está pronto para assinar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, em meio às discussões finais sobre a ratificação do tratado no bloco europeu. A declaração foi feita durante um discurso no Parlamento italiano, segundo informações da agência AFP.
De acordo com Meloni, a assinatura do acordo neste momento seria precipitada. A líder italiana argumentou que ainda não foram concluídas salvaguardas consideradas essenciais para proteger os agricultores do país.
“Seria prematuro assinar o acordo nos próximos dias, porque algumas salvaguardas que a Itália deseja para proteger seus agricultores ainda não foram concluídas”, afirmou a primeira-ministra.
A posição da Itália se soma à resistência já manifestada pela França. Segundo a agência Reuters, Giorgia Meloni e o presidente francês, Emmanuel Macron, concordaram sobre a necessidade de adiar a votação final do acordo na União Europeia. A informação foi confirmada por duas fontes familiarizadas com a conversa entre os líderes.
Ainda de acordo com a Reuters, a França tem atuado para reunir outros países do bloco com o objetivo de formar uma minoria capaz de barrar ou postergar a aprovação do acordo, negociado pela Comissão Europeia. A expectativa é de que a votação ocorra ainda nesta semana, em Bruxelas, mas o cenário segue incerto diante das articulações políticas.
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O acordo entre Mercosul e União Europeia é discutido há mais de duas décadas e enfrenta resistência principalmente de setores agrícolas europeus, que alegam risco de perda de competitividade diante das exportações sul-americanas.
Pedido de Lula
Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso na cerimônia da reunião do Conselho de Participação Social na terça-feira (16), comentou a posição francesa e disse não ver sentido na oposição de produtores rurais da França ao acordo. Para Lula, os produtos do agro francês não competem diretamente com os do agronegócio brasileiro.
“O presidente Macron está muito preocupado com os produtores rurais franceses, que acreditam que vão perder competitividade na disputa com o Brasil. Eles não querem fechar o acordo agora porque a população está meio rebelde na França”, afirmou o presidente brasileiro.
Lula também disse já ter comunicado essa avaliação diretamente ao presidente francês e reforçou que os dois países produzem itens distintos. “Na verdade, são coisas diferentes, qualidades diferentes. E nós estamos cedendo mais do que eles”, completou.
Além disso, o presidente brasileiro pediu que tanto Macron quanto Meloni não se oponham à assinatura do acordo, defendendo que o tratado representa uma oportunidade estratégica para fortalecer o comércio, ampliar mercados e estreitar relações entre os blocos.
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