O jornal norte-americano Washington Post teve acesso a uma proposta que isentaria o café de qualquer tarifa aplicada após 19 de janeiro de 2025, um dia antes da posse do presidente Donald Trump. A proposta tem dois autores: os deputados Don Bacon, do partido Republicano de Nebraska, e Ro Khanna, do partido Democrata da Califórnia. A isenção abrangeria café torrado, descafeinado, cascas e subprodutos, além de bebidas e substitutos que contenham café.
Segundo a matériaos parlamentares afirmam que escolheram o café por ser um item básico do consumo diário nos Estados Unidos. Em agosto, o país deixou de ser o maior comprador do grão brasileiro, quando a Alemanha assumiu a liderança das nossas exportações. Os dados, que são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), reforçam o impacto do tarifaço no setor.
Parlamentares querem ampliar debate
No entanto, o artigo do Washington Post ressalta que a proposta tem poucas chances de avançar no Congresso norte-americano, bem como ser sancionada por Trump. Ainda assim, o diálogo em torno do assunto pode fortalecer a oposição contra as medidas do governo.
“Se as pessoas pensarem: ‘Esse imposto no café, não gostamos disso’ — então podemos ampliar a conversa: e o hambúrguer que ficou mais caro por causa da tarifa? E as bananas, as maçãs?”, disse Khanna.
Bacon reforçou: “Por que estamos taxando cidadãos americanos em algo que nem produzimos aqui? Não faz sentido.”
Tarifas já impactam o mercado
O jornal lembra que o início do tarifaço de Trump atingiu produtos de diversos países, incluindo os principais fornecedores de café para os EUA, como Brasil, Colômbia, Nicarágua e Vietnã. A aplicação dessas tarifas já refletiu no aumento dos preços para os consumidores norte-americanos, evidenciando o efeito direto da política sobre o setor de café.
Nas exportações brasileiras de cafés especiais, por exemplo, as novas taxas causaram uma redução de 79,5% na comparação de agosto com o mesmo mês do ano passado.













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