A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) defendeu, em Brasília, que a rastreabilidade bovina não seja obrigatória no Brasil. A posição foi apresentada durante audiência no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), como parte das discussões sobre o sistema nacional em estudo.
A entidade protocolou um ofício no ministério com a proposta de que a adesão dos produtores ao futuro sistema ocorra de forma voluntária. No documento, a associação também se colocou à disposição para colaborar na gestão do banco de dados que deve sustentar o modelo nacional de rastreabilidade.
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O encontro ocorreu com o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Marcelo de Andrade Mota. A ABCZ argumentou que a construção do sistema precisa considerar a realidade produtiva do país e a diversidade dos sistemas de criação.
Adesão do produtor e viabilidade econômica
Para a ABCZ, a rastreabilidade é um instrumento relevante para a inserção da carne brasileira em mercados internacionais. No entanto, a entidade avalia que o avanço do modelo depende de incentivos econômicos claros ao produtor rural.
Segundo o presidente da associação, Gabriel Garcia Cid, a adoção ampla do sistema passa, necessariamente, pela remuneração do pecuarista. Ele avalia que não é possível exigir rastreabilidade total sem políticas públicas que ampliem o acesso a tecnologias e melhorias produtivas.
A entidade defende que a rastreabilidade seja tratada como uma etapa de evolução do sistema produtivo. Na avaliação da ABCZ, antes de qualquer exigência, é preciso criar condições para que todos os produtores consigam atender aos critérios técnicos e operacionais.
Proposta de parceria institucional
No ofício entregue ao Mapa, a ABCZ sugeriu uma atuação conjunta com o governo federal na administração do banco de dados do sistema nacional. A proposta prevê cooperação técnica e institucional na estruturação e no gerenciamento das informações.
A associação argumenta que sua experiência com registros zootécnicos e genéticos pode contribuir para a eficiência e a credibilidade do sistema. A intenção, segundo a entidade, é apoiar a construção de um modelo funcional e alinhado às demandas do setor.
Participaram da reunião representantes das áreas internacional e técnica da ABCZ, além de integrantes ligados a projetos de promoção da carne brasileira no exterior.
Genética como base da rastreabilidade
A ABCZ também destacou o papel da genética como elemento central para o avanço da rastreabilidade no país. A entidade avalia que a melhoria genética amplia a eficiência produtiva e facilita o controle dos rebanhos.
De acordo com Gabriel Garcia Cid, a valorização da produção, associada a sistemas mais eficientes, cria o ambiente necessário para que o produtor avance, de forma gradual, para modelos mais completos de rastreamento.
Para a associação, a rastreabilidade deve ser consequência de um sistema produtivo estruturado, e não uma imposição dissociada da realidade do campo.
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