O governo de Donald Trump retirou a celulose e derivados da lista de produtos sujeitos ao tarifaço. A medida inclui também a exclusão da tarifa recíproca de 10%, que estava em vigor desde abril deste ano. A informação foi confirmada pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)entidade que representa os fabricantes de celulose.
Em nota, o presidente da Ibá, Paulo Hartung, comemorou a decisão e reforçou as negociações do setor com os empresários norte-americanos. “Trata-se de uma decisão muito positiva, que se deu graças aos esforços de clientes que levaram ao país as peculiaridades de produtos e matérias-primas essenciais”, disse.
Hartung acrescentou que a medida reforça a importância da diplomacia e do diálogo. “É necessário que o governo se mantenha firme na busca de canais, assim como empresários devem manter o contato constante com seus clientes e fornecedores”.
O que diz a ordem executiva
A medida foi publicada no fim da semana passada e entrou em vigor na última segunda-feira (8). O decreto, assinado por Trump, confirma que a exclusão vale para três categorias específicas de celulose. Juntas, representam mais de 90% do volume exportado aos Estados Unidos, conforme dados da Ibá.
Por outro lado, o novo decreto não altera as taxas adicionais aplicadas contra papéis em geral e painéis de madeira. Neste sentido, as categorias seguem com sobretaxa de 50% e 40%, respectivamente. Segundo Hartung, essa questão específica segue sendo acompanhada pela entidade e por empresas associadas do setor.
Importância do mercado norte-americano
No ano passado, o Brasil exportou 18,57 milhões de toneladas de celulose. Os Estados Unidos foram o segundo maior destino, com 2,8 milhões de toneladasprincipalmente de fibra curta à base de eucalipto — matéria-prima usada em papéis higiênicos e lenços, desenvolvida sob medida para atender à demanda local.
De acordo com o sistema ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações renderam US$ 1,19 bilhão. Ainda assim, com as sobretaxas em vigor, os embarques para o mercado norte-americano recuaram 15,2% em valor e 8,5% em volume entre janeiro e maio de 2025, segundo a Câmara de Comércio Brasil-EUA (Amcham Brasil).
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