O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA) divulgou os resultados dos exames realizados nas 11 ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) que foram recapturadas no início de novembro por suspeita de infecção por circovírus, todas testaram positivo.
Oriundo da Austrália, o circovírus é o principal causador da doença do bico e das penas em psitacídeos (grupo de aves que inclui araras, papagaios e periquitos). A doença não tem cura e mata a ave na maior parte dos casos. Considerada uma das aves mais raras do planeta, a espécie está extinta na natureza desde 2020.
Os sintomas incluem a alteração na coloração das penas, falhas no empenamento e deformidades no bico. No entanto, este vírus não infecta humanos nem aves de produção.
As aves haviam sido repatriadas da Europa e mantidas no Criadouro para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul, em Curaçá, Bahia, sendo posteriormente soltas na região em 2022. A espécie é considerada uma das mais raras do mundo e está extinta na natureza desde 2020.
No momento, investigações vêm sendo realizadas para identificar a origem do vírus nas ararinhas. O próximo passo é a separação segura entre animais positivos e negativos, para garantir que as medidas de biossegurança sejam incorporadas à rotina de manejo dessas aves.
Autos de infração
Em maio, após a detecção de circovírus em uma ararinha-azul, o ICMBio acionou o Sistema de Comando de Incidente para tentar impedir a disseminação do vírus entre as ararinhas e outras aves da região.
Em vistorias conjuntas com o Inema e a Polícia Federal, o órgão identificou que o Criadouro para Fins Científicos do Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul descumpria protocolos básicos de biossegurança. As equipes encontraram comedouros sujos, com fezes ressecadas, e funcionários sem equipamentos de proteção, usando chinelos, bermuda e camiseta durante o manejo.
Diante das irregularidades, o ICMBio emitiu uma notificação e, após novo descumprimento, aplicou um auto de infração de cerca de R$ 1,8 milhão ao Criadouro Ararinha Azul e ao seu diretor. O local, antes chamado Blue Sky, também foi autuado pelo Inema em aproximadamente R$ 300 mil. O criadouro é parceiro da ACTP, organização alemã que detém 75% das ararinhas registradas no mundo.
“Se as medidas de biossegurança tivessem sido atendidas com o rigor necessário e implementadas da forma correta, talvez a gente não tivesse saído de apenas um animal positivo para 11 indivíduos positivos para circovírus”, relata a coordenadora da Coordenação de Emergências Climáticas e Epizootias do ICMBio, Cláudia Sacramento.














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